• By Inês Vaz Pinto, Ana Patrícia Magalhães, Patrícia Brum
  • Last updated 05 January, 2017

Tróia 1 (Carvalhal, Portugal)

Portugal > District of Setúbal > Grândola > Carvalhal


A Oficina de salga 1 estava ligada, através de um corredor, à Oficina 2, tendo as duas pertencido à mesma fábrica na sua primeira fase de funcionamento. Esta oficina é rectangular (39,50m x 28m) e deveria cobrir uma área de 1106m3, no entanto o seu lado sudeste ainda não foi escavado. Aos três alinhamentos de tanques visíveis, dever-se-á juntar um quarto alinhamento, ainda por escavar. O pátio central tem um poço com uma pequena cisterna associada.

Primeira fase: 19 tanques escavados – capacidade de 464,94m3 (Étienne, Makaroun e Mayet, 1994). Segunda fase: oficina subdividida em três (1A, 1B e 1C) – total de 20 tanques (17 da primeira fase e 3 novos pequenos tanques) - capacidade de 408,28m3 de volume (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).Terceira fase: a oficina 1B é ligada à oficina 2, oficinas 1A e 1C têm os seus tanques subdivididos – total de 23 tanques - capacidade de 311,62m3 (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).

Ressources marines

Contextos do século V (Étienne, Makaroun e Mayet, 1994, p. 39) estudados por N. Desse-Berset e J. Desse (2000) deram as seguintes espécies: Clupeídeos e sparídeos; esturgeão (Acipenseridae), besugo (Pagellus acarne), sardinha (Sardina pilchardus) e cavala (Scomber scombrus).

Chronology

Século I d.C. – 2º quartel do século V d.C.

Três fases de ocupação, de acordo com as alterações arquitectónicas e o enchimento de alguns tanques, segundo o estudo de R. Étienne, Y. Makaroun e F. Mayet (1994):

Primeira fase: século I – II. Segunda fase: primeiro quartel do século III – primeira metade do século IV. Terceira fase: primeira metade do século IV – primeira metade do século V.

Fim da primeira fase: final do século II (sigillata clara A (formas Hayes 3, 27, 14/17) e ânforas Dressel 14 (nos tanques 1 e 15).

Fim da terceira fase: meados do século V (sigillatas claras C tardia e D (Hayes 52, 61, 67, 67/71) no tanque 19).

Como a oficina 1 estava ligada à oficina 2 e a construção desta foi datada da época de Tibério (Pinto, Magalhães e Brum, 2011) é provável que a oficina 1 date de um momento próximo desse.

Construção do poço no século II (ânfora Dressel 20 da época de Adriano) (Pinto, Magalhães e Brum, 2010).

A escavação parcial, em 2009, de uma rica lixeira que cobre a parte sudeste da oficina sugere uma datação para o abandono da oficina no segundo quartel do século V (sigillata clara D (Hayes 59, 61, 63, 67, El Mahrine 14 inclue, Hayes 76, 80 e 91) associada às ânforas regionais (Almagro 51c variante C, Keay 78/Sado 1, variante B, Sado 2, Sado 3, Sado 4 e Almagro 51a-b), béticas (Keay XIX e Dressel 23), africanas (Keay XXXVB) e oriental (Late Roman 1) (Pinto, Magalhães e Brum, 2012).

Bibliography

  • Desse-Berset, N.; Desse, J. 2000, "Salsamenta, garum et autres préparations de poissons. Ce qu'en disent les os", Mélanges de l’École Française de Rome, vol. 112 (1), pp. 73-97.
  • Edmonson, J. C. 1987, Two industries in Roman Lusitania: mining and garum. BAR int. ser. , vol. 362, Oxford.
  • Étienne, R.; Makaroun, Y.; Mayet, F. 1994, Un grand complexe industriel à Tróia (Portugal). Éd. de Boccard, Paris.
  • Magalhães, A. P. 2012, "Late sigillata from fish-salting Workshop 1 in Tróia (Portugal)", In: Rei Cretariae Romanae Fautores, Bonn. pp. 362-371.
  • Pinto, I. V.; Magalhães, A. P.; Brum, P. 2010, "Sondagem junto ao poço da oficina de salga 1 de Tróia", Conimbriga, vol. 49, pp. 133-159.
  • Pinto, I. V.; Magalhães, A. P.; Brum, P. 2011, "O complexo industrial de Tróia desde os tempos dos Cornelii Bocchi", In: Cardoso, J. L.& Almagro-Gorbea, M. (eds.). Lucius Cornelius Bocchus. Escritor Lusitano da Idade de Prata da Literatura Latina. Colloque International de Tróia (6-8 Octobre 2010), Lisboa-Madrid. pp. 133-167.
  • Pinto, I. V.; Magalhães, A. P.; Brum, P. 2012, "Un dépotoir du Ve siècle dans l’officine de salaisons 1 de Tróia, Portugal", In: Rei Cretariae Romanae Fautores , Bonn. pp. 397-406.
  • Pinto, I. V.; Magalhães, A. P.; Brum, P. 2014, "An overview of the fish-salting production centre at Troia (Portugal)", In: Botte, E.& Leitch, V. (eds.). Fish & Ships, Production et commerce des salsamenta durant l’Antiquité, Bibliothèque D’Archéologie Méditerranéenne et Africaine, vol. 17, Rome. pp. 145-157.

Cetaria file citation

Inês Vaz Pinto, Ana Patrícia Magalhães, Patrícia Brum, «Tróia 1 (Carvalhal, Portugal)»,  RAMPPA, Atlantic-Mediterranean Excellence Network on Ancient Fishing Heritage (http://ramppa.uca.es/cetaria/troia-1), 05 January, 2017.

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