A Oficina de salga 1 estava ligada, através de um corredor, à Oficina 2, tendo as duas pertencido à mesma fábrica na sua primeira fase de funcionamento. Esta oficina é rectangular (39,50m x 28m) e deveria cobrir uma área de 1106m3, no entanto o seu lado sudeste ainda não foi escavado. Aos três alinhamentos de tanques visíveis, dever-se-á juntar um quarto alinhamento, ainda por escavar. O pátio central tem um poço com uma pequena cisterna associada.
Primeira fase: 19 tanques escavados – capacidade de 464,94m3 (Étienne, Makaroun e Mayet, 1994). Segunda fase: oficina subdividida em três (1A, 1B e 1C) – total de 20 tanques (17 da primeira fase e 3 novos pequenos tanques) - capacidade de 408,28m3 de volume (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).Terceira fase: a oficina 1B é ligada à oficina 2, oficinas 1A e 1C têm os seus tanques subdivididos – total de 23 tanques - capacidade de 311,62m3 (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).
Contextos do século V (Étienne, Makaroun e Mayet, 1994, p. 39) estudados por N. Desse-Berset e J. Desse (2000) deram as seguintes espécies: Clupeídeos e sparídeos; esturgeão (Acipenseridae), besugo (Pagellus acarne), sardinha (Sardina pilchardus) e cavala (Scomber scombrus).
Século I d.C. – 2º quartel do século V d.C.
Três fases de ocupação, de acordo com as alterações arquitectónicas e o enchimento de alguns tanques, segundo o estudo de R. Étienne, Y. Makaroun e F. Mayet (1994):
Primeira fase: século I – II. Segunda fase: primeiro quartel do século III – primeira metade do século IV. Terceira fase: primeira metade do século IV – primeira metade do século V.
Fim da primeira fase: final do século II (sigillata clara A (formas Hayes 3, 27, 14/17) e ânforas Dressel 14 (nos tanques 1 e 15).
Fim da terceira fase: meados do século V (sigillatas claras C tardia e D (Hayes 52, 61, 67, 67/71) no tanque 19).
Como a oficina 1 estava ligada à oficina 2 e a construção desta foi datada da época de Tibério (Pinto, Magalhães e Brum, 2011) é provável que a oficina 1 date de um momento próximo desse.
Construção do poço no século II (ânfora Dressel 20 da época de Adriano) (Pinto, Magalhães e Brum, 2010).
A escavação parcial, em 2009, de uma rica lixeira que cobre a parte sudeste da oficina sugere uma datação para o abandono da oficina no segundo quartel do século V (sigillata clara D (Hayes 59, 61, 63, 67, El Mahrine 14 inclue, Hayes 76, 80 e 91) associada às ânforas regionais (Almagro 51c variante C, Keay 78/Sado 1, variante B, Sado 2, Sado 3, Sado 4 e Almagro 51a-b), béticas (Keay XIX e Dressel 23), africanas (Keay XXXVB) e oriental (Late Roman 1) (Pinto, Magalhães e Brum, 2012).
Inês Vaz Pinto, Ana Patrícia Magalhães, Patrícia Brum, «Tróia 1 (Carvalhal, Portugal)», RAMPPA, Atlantic-Mediterranean Excellence Network on Ancient Fishing Heritage (http://ramppa.uca.es/cetaria/troia-1), 05 January, 2017.