A oficina de salga 2 estaria ligada por um corredor à oficina 1, pertencendo ambas à mesma fábrica durante a primeira fase de funcionamento. A oficina é rectangular, quase quadrada (21m x 16,50m), com alinhamentos de tanques nos quatro lados em torno de um pátio central, e a sua superfície é de 346,50m2. Os tanques integram-se em módulos quadrangulares por vezes subdivididos em várias unidades, pertencendo todos ao plano original (à excepção de dois muito pequenos tanques). Os tanques do lado oeste têm o seu contorno descoberto mas não foram escavados. Esta oficina distingue-se pelo grande número de pequenos tanques, cuja profundidade não excede os 1,38m, a maior parte com uma capacidade inferior a 8m3.
Primeira fase: 30 tanques (8 não escavados) - capacidade de 66 m3 (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).
Segunda fase: oficina subdividida em dois: 2A e 2B (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).
Terceira fase: a oficina 1B é ligada à oficina 2A (Pinto, Magalhães e Brum, 2014).
De acordo com o estudo de Sónia Gabriel (LARC-Laboratório de Arqueociências):
Contextos da segunda metade do século II: sardinha (Sardina pilchardus), biqueirão (Engraulis encrasicolus), choupa (Diplodus vulgaris), cavala (Scomber scombrus), robalo (Dicentrarchus labrax), anchova (Pomatomus saltatrix) e capatão (Dentex sp.).
Contextos do segundo quartel do século V: sardinha (Sardina pilchardus), biqueirão (Engraulis encrasicolus),choupa (Diplodus vulgaris), cavala (Scomber scombrus), pescada (Merluccius merluccius), carapau (Trachurus trachurus), besugo (Pagellus acarne), dourada (Spaurus aurata), robalo (Dicentrarchus labrax), anchova (Pomatomus saltatrix), peixes cartilagíneos (Chrondrichthyes indet.), esturgeão (Acipenseridae), capatão (Dentex sp.), sargo (Diplodus sp.), pargo (Pagrus sp.) e outros grandes peixes ainda não identificados.
Primeira metade do século I - primeira metade do século V d.C.
Construção datada da época de Tibério por um nível de fundação exterior (sigillatas de tipo itálico Consp. 22 e 25.1 e sudgálico Drag. 27 e ânforas itálica e bética Dressel 2-4 e a regional Dressel 14 variante A) (Pinto, Magalhães e Brum, 2011).
Final da primeira fase de ocupação: segunda metade do século II. Níveis de lixeira ou enchimento nos tanques desactivados 6d, 8 e 9 (sigillatas hispânica Drag.27, 37 e And. 1, africana A Hayes 9B e ânforas regionais Dressel 14 variante C e Dressel 14 Tardia).
Segunda fase: primeira metade do século III - ?
Instalação da oficina 2B: pavimento do final do século II/ segundo quartel do século III (ânforas Dressel 14 e Almagro 50 bética, ausência de Almagro 51c).
Construção do compartimento 1 sobre os tanques 7c e 8 (oficina 2B): terminus post quem: fundo de sigillata africana C Hayes 50 no pavimento (a partir do segundo quartel do século III).
Terceira fase: ? - segundo quartel do século V.
Reabertura da entrada 1 e reconexão dos tanques 16 ao 19 da oficina 1 não datadas.
Abandono datado do segundo quartel do século V pelo enchimento dos tanques 1, 5 e 7c (sigillatas africanas D Hayes 76, 80 e 91).
Inês Vaz Pinto, Ana Patrícia Magalhães, Patrícia Brum, «Tróia 2 (Carvalhal, Portugal)», RAMPPA, Atlantic-Mediterranean Excellence Network on Ancient Fishing Heritage (http://ramppa.uca.es/cetaria/troia-2), 06 January, 2017.